sábado, 30 de outubro de 2010

Reprodutor (por imitar), nojento (é imundo, veja) e hipotético (é como se nunca tivesse existido, mas poderia ter sido assim)

Sobre como entender tudo.


Costuma-se afirmar por aí (sobretudo nos periódicos vagabundos ou nestas revistas científicas, ou seja, nos periódicos vagabundos) que entender tudo seria algo extremamente difícil - alguns chegam, acreditem, a sugerir (sugerem, pois temem assumir tal posicão publicamente - devem, ao menos, desconfiar do absurdo que representam) que entender tudo seria "impossível", ou (desta palavra gostam bastante) "impraticável". Ora, malgrado o caráter suicida desta corrente, dispomo-nos (mesmo assim, quantos parênteses) a revisitar a teoria do ponto fixo, que, como sabemos, revolucionou o entendimento sobre o tema.

Preconiza esta teoria que se lance o olhar como uma flecha em um local específico (01); que se fixe o olhar (o mesmo olhar tomado como referência no ponto 01) como um prego em um local específico (o mesmo local específico tomado como referência no ponto 01) (02); que se atente às regiões periféricas compreendidas pelo olhar (o mesmo olhar tomado como referência nos pontos 01 e 02) (03); que se sinta cheiro de fotografia (a mesma fotografia mencionada, aliás) (04); que se entenda tudo (05).

Aqueles que sustentam a teoria da impraticabilidade do entender tudo, geralmente, sequer superam o segundo estágio - alguns, pasmem, não cumprem nem mesmo a Fase 01 (eu sei, é ridículo!). Raramente, vislumbram alcançar o quarto passo. Contudo, antes que completem este empreendimento, desconcentram-se, o prego cai. Até mesmo porque, se chegassem ao cheiro de fotografia, entenderiam tudo (apenas em 0,12% dos casos, não se alcança o quinto momento tendo-se realizado a etapa que o antecede).

Estudiosos suspeitam de que tal debilidade possa ser explicada por uma espécie de problema na retina (provocado pelo consumo excessivo de enlatados e pela exposição excessiva a elementos contidos na luz emitida pelos aparelhos de TV, ou seja, pelo consumo excessivo de enlatados) ou por burrice. Tudo bem. A nós, esta explicação pouco interessa. Se por alguma dessas doenças ou por fatores de outra ordem, não é isto o que importa. Fato é que, ao defenderem tais colegas a impraticabilidade do entender tudo, demonstram a plena praticabilidade do não entender nada. Prestam-nos um desserviço, e isto basta. Entenderam? Isto basta.

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