terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Depois de caju com amendoim e coentro com passas, deve-se partir para rapadura com poesia. É melhor, porque mais confuso. Não se sabe se se lê rapadura ou se se come letras; não se sabe ao certo. Se olho baba mastiga vomita; se boca chora vê lê. Não se sabe se essa lágrima é saliva, quer dizer, se essa saliva é lágrima; Não se sabe se essa língua que sai do seu olho é sua pupila, ou se essa pupila na sua língua é meu olho; não se sabe ao certo; se meus dentescílios realmente mordempiscam; se sou mesmo ciclope bistômico. Se seu olhar fala. Sabe-se, não; não ao certo. Eu me engasguei com cisco? Se tu oftalmobeija. 
Essa palavra doce; a bomba crocante e antilírica.
Grande merda e daí. Calma, deixa eu pôr meus óculos.

Um comentário:

  1. Interessante; "oftalmobeija" é um tema da poesia renascentista, como neste poema de Guarini musicado por Monteverdi:
    http://www.youtube.com/watch?v=9aeIg31km8c

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