sábado, 5 de março de 2011

Não sei o quê. Não sei se as mãos finas, entrelaçadas, as unhas, suas pontas, os dedos longos, os olhos fixos e perdidos e lançados para cima, os cabelos perfeitamente desarrumados, o cacho que se soltava à direita, a cor, o brilho e o desenho dos braços, talvez os ombros, definitivamente talvez os ombros, a axila ligeiramente suada e discreta, a blusa preta que lhe arrodeava, ou a bolsa ali deitada sobre o colo; a posição do corpo sobre a cadeira, a cadeira, as cadeiras, o brinco que é possível ver, a calça, o desenho da calça, a tira de pele morena que liga o quadril ao abdômen (a tira de pele morena que liga o quadril ao abdômen...), os joelhos, colados à calça, o quadro, as fotos impactantes junto à parede, o nariz e a boca escondidos; ou melhor, protegidos, ou melhor, escondidos!, a tomada e os imundos e coloridos fios expostos!, se as sobrancelhas!, a alça presa por trás!, a expressão da menina sentada ali ao lado!, a janela antiga de vidro que tapa esse terrível ambiente amarelo?!, o dedo mindinho do pé...!
Desculpe. Não sei o que me chamou atenção nesta imagem.

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